Os noticiários demonstram diariamente a falência do sistema de segurança pública no país, que resultam numa polícia desmantelada pela falta de investimentos, que deixa seus agentes a mercê da própria sorte, entretanto o crescente número casos de envolvimento com o crime cria um estigma negativo e insuportável para aqueles que defendem diariamente a sociedade e que se arrebentam em jornadas duplas buscando uma melhor condição de vida.
As caricaturas jornalísticas são inconcebíveis pelo antagonismo na apresentação de fatos que são similares, porém com crítica diversa, muitas vezes em razão da cor do uniforme ou de sua ausência.
Na apresentação da reportagem “Guarda Civil tem arma retirada das mãos e é atingido durante abordagem”, disponível no Portal R7, a apresentadora exalta o despreparo dos Agentes Municipais, que no momento da ação estavam realizando o poder de polícia administrativo do município em fiscalizar o descarte irregular de resíduos para promover a sustentabilidade ambiental da Megalópole Paulicéia tão abandonada e sofrida com o descaso do poder público, pois na versão dos populares estes num grau de insanidade efetuaram disparos de arma de fogo gratuitamente, inclusive causando auto-lesão.
Entretanto, na reportagem “Câmaras de circuito interno flagram assalto em Brasília (DF)”, disponível no Portal R7, em que uma Policial Civil, em horário de folga, tenta coibir um roubo em estabelecimento comercial, não há indignação costumeira da mídia, muitos justificam que neste caso o assaltante estaria armado e que a ação foi legítima, porém fere os princípios básicos de qualquer academia de formação policial em que deve ser avaliado pelo agente a proporcionalidade da ação, quando na verdade o que prevaleceu foi o fator sorte e não preparo, o que não aconteceu com o Policial Militar que foi morto ao reagir a ação criminosa, retratada na matéria “PM reage a assalto e é morto em pizzaria na zona leste de SP”, publicado no Portal Folha.com.
Tratamento diferenciado teve a Polícia Militar do Estado de São Paulo na matéria “PM mata 2 por dia e ninguém é punido em 3 meses”, publicada no Portal Estadao, que insinua o estigma de uma polícia violadora dos direitos humanos e o corporativismo ou ineficiência da Polícia Civil, responsável pela apuração dessas ações, abrindo mais ainda a ferida entre as Corporações iniciada com o confronto durante a greve de outubro de 2008, contudo a estatística apresentada alerta que a violência é crescente, bem diferente dos dados divulgados pelo Governo do Estado, curiosamente os casos de confronto letal não poderiam ser diferentes, pois na matéria não há qualquer indicação de que nos casos apresentados tenha indícios de irregularidade na ação policial. Estranhamente não há dados das ações da Polícia Civil e das diversas Guardas Municipais do Estado e principalmente do crime, pois somente no dia 06 de julho foram registrados 3 homicídios na Capital Paulista aparentemente por ações criminosas, retratada na matéria “Cidade registra três homicídios durante a noite”, publicada no Portal JT.
No Portal da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo - SSP/SP foi publicada matéria "DHPP resolve 30% das resistências seguidas de morte", que aborda a questão divulgando dados atualizados, sendo 87% dos casos envolvendo a Polícia Militar, 8% a Policia Civil e 5% as Guardas Municipais.
Na matéria “Bancos sofreram 838 ataques em todo país no 1º semestre, diz balanço”, publicada no Portal Estadão, ficamos incrédulos com os dados apresentados, somente no Estado de São Paulo foram registrados 283 casos, já são mais de 300, somente neste tipo de crime foram registradas 12 mortes.
Os especialistas, técnicos e aventureiros em segurança pública são unânimes em indicar que o problema é a falta de preparo dos agentes policiais, o que soa com um resquício de um estigma criado no período do Governo Militar, pois as exigências para o ingresso na carreira militar ficaram mais rigorosas, inclusive na escolaridade, os cursos de formação possuem grade curricular complexa e criteriosa visando atender as diretrizes internacionais, por isso, ouso discordar, o que falta é investimento no profissional e em equipamentos, para termos uma policia eficiente, que nada resolverá sem investimentos em questões sociais básicas, principalmente na educação da população, a fim de evitar o ingresso no crime.