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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estrebucha?

O episódio em que Policiais Militares do Estado São Paulo que insultam dois homens baleados e algemados que tentaram roubar uma metalúrgica na Zona Leste da Cidade de São Paulo, teve desdobramentos curiosos, demonstrando mais uma vez a fragilidade dos órgãos de segurança pública e do “despreparo” dos profissionais das principais mídias de comunicação do país.

Num processo de “engenharia reversa” o descompasso na cronologia dos fatos é intrigante para entendermos qual a finalidade da construção da notícia, pois numa análise racional há omissão de socorro dos feridos por parte dos policiais, que deveriam realizar os devidos encaminhamentos aos órgãos públicos competentes, porém, mais uma vez o vilão se torna vítima de um “estado” cada vez mais abstrato.

A mídia buscou confundir o receptor da informação ao relacionar que os disparos de arma de fogo foram realizados por um Guarda Civil Metropolitano que defendia o patrimônio de seu genitor, proprietário da Metalúrgica, porém nada comparado com a irresponsabilidade em divulgar seu nome completo, inclusive com cópia do boletim de ocorrência, que deveria ser um documento oficial, cujas cópias não poderiam ser fornecidas somente pelo interesse da imprensa.

Curiosamente, os nomes dos condutores da ocorrência não são divulgados, mas não seriam estes representantes do "estado", por sua zombaria e omissão na custódia dos indivíduos, os violadores dos direitos humanos que causaram tanta comoção?

A imbecilidade em produzir provas contra si e divulgá-las deve ser poupada?

Preocupante a atitude do Guarda Civil Metropolitano em não informar a Corporação do seu envolvimento em situação tão grave, nos propondo uma reflexão profunda sobre a falta de integração nas informações dos órgãos públicos de qualquer segmento, pois a ação resultou na morte de um dos indivíduos, ensejando obrigatoriamente conhecimento e manifestação dos representantes do Ministério Público e principalmente na investigação da Polícia Civil para solução do caso, que deveriam de ofício comunicar os fatos os órgãos municipais competentes.

No entanto, qual será a causa da morte os tiros recebidos ou a demora no socorro?

Devemos nos estrebuchar para ter a resposta?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ato infracional, crime ou descaso infantil

No dia 19 de novembro de 1969, o maior atleta da história do Futebol, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, ao celebrar a marca de 1000 gols, em pleno Maracanã, alertou “pensem nas criancinhas”, infelizmente não pensamos.

Nas últimas semanas fomos surpreendidos novamente, como diria o saudoso Mario Jorge Lobo Zagalo, pela nova modalidade de crime de perturba os moradores da Paulicéia, que será o picadeiro da abertura da Copa do Mundo de 2014, com a ação de crianças que aterrorizam bairros nobres como Vila Mariana, Paraíso e no Itaim Bibi, usando uma metodologia do arrastão, criado há muito tempo atrás e que teve notoriedade na Cidade Maravilhosa, que coincidentemente será picadeiro de encerramento da referida Copa.

As cenas veiculadas na mídia alarmaram as principais autoridades públicas e demonstraram aos gestores dos equipamentos assistenciais que não estamos no “país das maravilhas”, pois não há políticas públicas que busquem solucionar a problemática do menor abandonado, a impotência dos policiais sobre os holofotes justificada que a lei não permite uma ação mais enérgica, nos faz refletir que tudo está errado.

Os especialistas e técnicos em assistência ao menor propõem soluções mirabolantes, como o controle de natalidade para a população pobre, revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, redução da idade penal, e o principal deles a culpa é da polícia, sempre dela, por sua omissão ou por agir energicamente em demasia, como apregoam os ilibadas pastorais.

O que falta é exemplo positivo, de que o bem sempre vence, que boas ações trazem boas ações, mas o que temos é exatamente o contrário, “otoridades” propiciam espetáculos vexatórios, basta lembrar dos que foram barrados na Blitz da Lei Seca, que se recusam a realizar o exame do bafômetro, medida que busca salvar vidas, mas aqueles que tem a obrigação de cumprir a lei, preferem burlá-la.
   
Os exemplos “teen” não existem, pelo contrário tudo pode, como o vexame promovido pelo ator Global Bruno de Luca, que não somente se recusou a realizar o exame do bafômetro como se evadiu do local da blitz, a reprimenda imposta pela Vênus Prateada foi a participação nas chamadas do Programa Criança Esperança, belo exemplo.

Os políticos, sempre eles, defendem a revisão imediata do ECA, pois não se trata de crianças, mas sim de criminosos de alta periculosidade, que aumentam o coro da redução da idade penal, porém, não realizam qualquer estudo sobre seus impactos ou justificam como a lei penal pode resolver um problema social.

O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição Federal de 1988 devem ser os mecanismos legais mais modernos, humanitários e belos da história mundial, mas também o mais utópico, pois a cidadania concebida pelos legisladores não se aplica na balburdia da sociedade brasileira, que foi forjada sobre o jeitinho brasileiro em que há conversa para tudo, que na verdade esconde a fórmula da corrupção cultura que nos assola desde o tempo da colonização.

A redução da idade penal pretende estabelecer que aos 16 (dezesseis) anos a pessoa possa ser responsabilizada plenamente pelos dogmas penais do “Estado”, mas não há indicação de quais parâmetros foram utilizados para redução em 2 (dois) anos dos 18 (dezoito) anos atuais, alguns especialistas defendem que é em razão do direito de votar, mas não observam que no caso eleitoral se trata de faculdade e não dever.

Os menores envolvidos nas ações delituosas são passíveis de medidas sócio-educativas, pois em sua maioria são menores de 12 (doze) anos, não cabendo se quer o registro do ato infracional, portando a proposta da redução da idade penal não os alcançaria, demonstrando que a proposta não é bem elaborada, mas paira a dúvida de como resolver problema?

As autoridades tentaram imputar responsabilidade aos pais pelo eventual abandono, não surtiu resultado, pois os estes foram detidos e os menores continuaram nas ruas, ou seja, permaneceu o abandono.

Não podemos esquecer os menores são usuários de drogas, álcool e tabaco, mas o que leva alguém vender esse tipo de produto a uma criança?

Devemos levar a sério a liberação das drogas?

O problema e social ou de polícia?

Por isso, “pensem nas criancinhas”.

sábado, 20 de agosto de 2011

Comandante Malta - Novo Presidente do Conselho Nacional das Guardas Municipais


No XXI Congresso Nacional das Guardas Municipais que aconteceu na Cidade de Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul, foi realizada a eleição para o Conselho Nacional das Guardas Municipais, sendo eleito como Presidente Joel Malta de Sá, Comandante da Guarda Civil Metropolitana da Cidade de São Paulo.

O Blog da Associação de Inspetores das Guardas Municipais noticiou que o Comandante Malta foi eleito por unanimidade pelos mais de 100 Comandantes das Guardas Municipais presentes no evento.

O Comandante Malta ingressou em 1986 na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, sendo que em 2008 assumiu o Comando da Corporação, sendo o primeiro de carreira. Em 2010, através da Portaria nº 39 da Secretaria Nacional de Segurança Pública passou a compor o Grupo de Trabalho para a regulamentação das atribuições das Guardas Municipais prevista no paragrafo 8º do artigo 144 da Constituição Federal.


Estatuto do Conselho Nacional das Guardas Municipais

Capítulo I - DA DENOMINAÇÃO, SEDE, DURAÇÃO E FINALIDADES

Art. 1º - O CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS - é uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, com sede na cidade onde for o domicílio do seu presidente, regendo-se pelo presente estatuto e normas suplementares.

Art. 2º O CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS, funcionando como órgão permanente de intercâmbio de experiências e informações de seus membros, tem por finalidade: congregar os dirigentes das Guardas, participar na busca do estabelecimento das políticas de segurança a nível local, estadual e nacional, apoiar a realização anual dos Congressos Nacionais das Guardas Municipais e defender a autonomia dos Municípios.

Parágrafo Único - Para a consecução de suas finalidades, o CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS se propõe a:

a) Promover encontros, seminários e outros eventos que possibilitem discussões e troca de experiências;

b) Zelar pelo fortalecimento dos municípios no Sistema Nacional de Segurança, defendendo com firmeza os interesses locais;

c) Diligenciar no sentido de que as Guardas Municipais participem das decisões tomadas pelos órgãos federais e estaduais, nos assuntos relacionados à segurança pública;

d) Estimular a criação das Associações de Guardas Municipais a nível estadual.

Capítulo II - DOS MEMBROS E DA ORGANIZAÇÃO

Art. 3º - São membros do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS todos os dirigentes de Guardas Municipais ou seus equivalentes de todo o País.

Parágrafo Único - Os membros não respondem, nem solidária, nem subsidiariamente, ativa ou passivamente, pelas obrigações assumidas pelo CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS.

Art. 4º - São instâncias deliberativas e executivas do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS:

I - Assembléia Geral

II - Diretoria Executiva Nacional

Seção I - DA ASSEMBLÉIA GERAL

Art. 5º - A Assembléia Geral, integrada pelos membros do CONSELHO NACIONAL DE GUARDAS MUNICIPAIS, é o órgão superior para deliberações desse Conselho.

Art. 6º - A Assembléia Geral reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por ano, durante o Congresso Nacional das Guardas Municipais.

Seção II - DA DIRETORIA EXECUTIVA NACIONAL

Art. 7º - A Diretoria Executiva Nacional, eleita pela Assembléia Geral durante a realização anual dos Congressos Nacionais, pelo voto direto, com mandado de dois anos, com direito a uma reeleição, é composta por um Presidente, um 1º Vice Presidente, um 2º Vice Presidente e um Secretário.

Parágrafo 1º - O cargo de membro da Diretoria Executiva Nacional é privativo de Dirigente de Guarda Municipal, ou seu equivalente, implicando a perda desta condição na perda desse mandato.

Parágrafo 2º - Em caso de vacância do cargo de Presidente, a substituição se fará pelo 1º Vice Presidente, que completará o tempo restante do mandato.

Art. 8º - À Diretoria Executiva Nacional compete:

I - Executar as deliberações da Assembléia Geral;

II - Acompanhar os eventos de interesse do setor de segurança, mobilizando aos membros do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS a nível nacional;

III - Estimular e auxiliar a formação, organização e a consolidação das Guardas Municipais;

IV - Convocar as reuniões ordinárias e extraordinárias do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS;

V - Apresentar relatórios das ações da Diretoria Executiva Nacional às Guardas Municipais de todos os municípios.

Parágrafo 1º- Ao Presidente compete:

a) representar o CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS, judicial e extra-judicialmente, ativa e passivamente;

b) Representar o CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS perante outras organizações e instituições de segurança e congêneres;

c) Delegar especificamente a outro membro da Diretoria Executiva a representação oficial do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS;

d) Convocar as reuniões da Diretoria Executiva Nacional;

e) Presidir e coordenar as reuniões da Diretoria Executiva Nacional e da Assembléia Geral.

Parágrafo 2º - Ao 1º Vice Presidente compete:

a) Auxiliar o Presidente em suas atribuições;

b) Substituir o Presidente em caso de vacância ou impedimento do mesmo;

Parágrafo 3º - Ao 2º Vice Presidente compete:

a) Apoiar a realização das reuniões ordinárias e extraordinárias da Diretoria Nacional e do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS;

b) Preparar os relatórios da Diretoria Executiva Nacional à Assembléia Geral;

c) Substituir, eventualmente, o 1º Vice Presidente.

Parágrafo 4º - Ao Secretário compete:

a) Auxiliar o 2º Vice Presidente em suas atribuições;

b) Substituir o 2º Vice Presidente nos seus impedimentos;

c) Administrar o patrimônio e as finanças do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS;

d) Produzir os documentos informativos do Conselho e remetê-los para os diversos destinatários;

e) Participar das reuniões ordinárias e extraordinárias da Diretoria Executiva Nacional.

f) Lavrar e registrar em livro próprio as atas de reuniões.

Seção III - Formas de Votação

Art. 9º - A Assembléia Geral delibera validamente:

a) Por, no mínimo, dois terços (2/3) dos votos dos membros presentes nos casos de alteração do Estatuto e extinção do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS, sendo que, neste caso, deverá haver convocação específica;

b) Pela maioria simples dos membros presentes, em todos os demais casos.

Art. 10º - A Diretoria Executiva Nacional delibera por consenso de seus membros:

Capítulo III - Das Disposições Gerais e Transitórias

Art. 11º - A extinção do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS será deliberada pelo voto de dois terços (2/3) dos membros presentes em reunião da Assembléia Geral, especialmente convocada, que, também, deliberará sobre o destino do patrimônio, devendo, entretanto, ser contemplada entidade congênere ou filantrópica.

Art. 12º - A Assembléia Geral, reunida por ocasião do Congresso Nacional das Guardas Municipais, realizado no ano anterior à da sucessão dos Prefeitos, decidirá quanto à composição da Diretoria Executiva Nacional para o período entre a posse dos Diretores Gerais das Guardas Municipais e a data do Congresso Nacional seguinte.

Art. 13º - Para efeito de facilitar o fluxo de informações entre o Conselho Nacional e as Guardas Municipais, em todo País, serão nomeados representantes regionais pelo Presidente do CONSELHO NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS ou seu delegado.

Parágrafo Único - A nomeação de que trata este artigo dar-se-á por aprovação da maioria absoluta ou, não sendo possível, por maioria simples na mesma data da realização da Assembléia Geral, que também elegerá a Diretoria Executiva (Art. 7º).

Art. 14º - As regiões de que trata o artigo anterior serão as seguintes:

a) NORTE;

b) NORDESTE;

c) CENTRO-OESTE;

d) SUDESTE;

e) SUL.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Agenda 2013 – Sucessão Municipal – Gestores Públicos

As eleições municipais de 2012 é a esperança de mudança para vários segmentos da sociedade e de várias categorias de servidores públicos, porém não fica claro o que precisa ser revisto ou criado, pois reclamar somente não basta, precisamos impedir o avanço de políticas de governo que atendem interesses partidários e começar a planejar e efetivar políticas públicas voltadas à solução dos problemas que tornam caótica a convivência nos diversos municípios do país.

Teremos que aturar mais uma vez os eternos candidatos, até então hibernados, que voltarão com a volúpia que resiste somente durante o pleito, mas apregoam a necessidade de união, de ter um representante da categoria no parlamento para mostrarmos nossa força, delongas vazias e repetidas que já não despertam interesse.

Na Paulicéia a mudança poderá ser radical, pois os principais órgãos de gestão foram destinados aos Oficias da Reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo, chegando ao ponto de se ter mais Coronéis na Prefeitura do que no Governo do Estado, fato amplamente abordado pela mídia.

Inegável, que os casos de corrupção diminuíram, existindo até o momento alguns casos isolados, o que pode ser encarado como uma façanha, pois desde as antigas Administrações Regionais estes eram órgãos públicos marcados por escabrosos escândalos de corrupção, não podemos esquecer o apoio de aproximadamente 4.000 Policiais Militares para executar os serviços de polícia administrativa do Município.

Inegável, também, que a autonomia na gestão dos serviços públicos municipais não é plena devido aos convênios celebrados com o Governo do Estado, o principal deles e a manutenção da atividade delegada, que possui custo elevadíssimo, porém, tanto Prefeitura quanto Estado se pronunciam satisfeitos com a parceria, que se expande em outros segmentos como a zeladoria municipal, SAMU, permitindo a entrada do Sistema de Informações Operacionais da Polícia Militar – SIOPM como gerenciador do serviço de atendimento do serviço 156 e das Comunicações da Guarda Civil Metropolitana.

Caso o novo prefeito entenda que deva promover mudanças para readequar as diretrizes do orçamento municipal, poderá gerar uma crise institucional ao Estado, pois reduzirá significativamente os salários dos Policiais Militares e diminuirá sua visibilidade pelas ruas da Metrópole, que provavelmente será um contratempo dependendo do posicionamento da oposição no parlamento.

A substituição dos profissionais oriundos do Estado poderia ser uma oportunidade aos inúmeros funcionários de carreira que há anos carregam os serviços públicos nas costas, mas que geralmente são pessimamente remunerados e são constantemente utilizados como bodes expiatórios pela ineficiência de servidores comissionados por critérios e interesses políticos.

Temos que pensar em janeiro de 2013, elaborando projetos que promovam melhorias gerais nos serviços públicos em geram e que atendam o interesse público e não político.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Londres e São Paulo – Revolta e Descaso

Os noticiários em todas as mídias têm divulgado o caos vivido em Londres na Inglaterra, a motivação da revolta popular seria a morte Mark Duggan em ação da Polícia Metropolitana Londrina, que para as testemunhas era inocente.

em São Paulo, o caos é um misto da mesmice e indiferença da população e das autoridades públicas, pois os números da violência são absurdos, chegando ao ponto de termos num período de 24 (vinte quatro) horas 05 (cinco) pessoas mortas por ação criminosa, retratado na matéria “SP registra 5 latrocínios em 24 horas”, publicada no Portal Estadão, porém para o poder público numa inovadora análise sobre a criminalidade, essas pessoas morreram e não foram mortas, o que é algo totalmente diferente para esses sábios.

As inovações dos criminosos são cada vez mais surpreendentes, agora temos o arrastão das meninas, como ficou o conhecido o grupo que tirou o sossego dos comerciantes do Bairro da Vila Mariana, comprovando que o crime não tem idade na República Tupiniquim.

O Governo do Estado, bastião de segurança pública, nos acalma proferindo que são casos isolados e que tudo está sob controle, que já acionou as autoridades “competentes” e que em breve teremos a volta da tranqüilidade nesses locais, pois os índices da violência tem diminuído, os indicadores são claros, a atividade delegada é um sucesso, há mais policiais nas ruas e que isso é o reflexo do trabalho desenvolvido nas diversas ações.

Enquanto, isso 62% das escolas estaduais registram casos de violência, sendo meta do Governo Estadual reduzir este índice para 52% até 2015, com custo aproximado ao erário de R$ 573 milhões, para promoção de ações de parcerias entre comunidade e a sociedade civil, fato abordado na matéria “Violência nas escolas estaduais de São Paulo”, no Portal do Jornal da Tarde, ou seja, recursos da educação ou da segurança serão destinados a ações subjetivas, pois deveríamos pensar na evasão, nos processos de aprendizado e avaliação, da jornada, valorização dos professores, adequação das instalações e principalmente em impor regras de convívio algo que inexiste nas escolas públicas brasileiras, que sofrem interferência de tudo e de todos, se distanciando cada vez mais de seu papel enquanto instituição.
Ná última sexta-feira (05/08),  por volta das 05h30, na Estação Artur Alvim do Metrô, as composições permaneceram sem circular por aproximadamente 20 minutos, ocasionando transtornos a maioria dos usuários, o motivo apresentado para o problema foi a baixa temperatura da manhã, nós paulistanos estamos acostumados com o fator chuva, quando o tráfego fica lento até no transporte sobre trilhos, mas o frio é novidade, impressionante é niguém pensar que poderia ser um problema de falta de manutenção.

Em qualquer sociedade desenvolvida a cobrança pela ineficiência dos serviços públicos atinge aqueles que têm o dever de promover políticas públicas em prol da maioria, que num quadro absurdo como o descrito colocariam seus cargos a disposição por sua incompetência ou seriam destituídos pela força popular, mas na República de Bananas provavelmente concorrerão aos cargos eletivos da sucessão municipal de 2012 para tentarem engajar na farra da Copa do Mundo de 2014 paga pelo erário público.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Copa do Mundo 2014 - Descaso com dinheiro público

A Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, pode trazer vários reflexos negativos ao país, principalmente em sua economia, em razão da irresponsabilidade dos gastos dos recursos públicos e conseqüentemente o endividamento dos governos, Federal, Estaduais e Municipais.

A experiência de 2007, com a realização dos Jogos Pan Americanos na Cidade do Rio de Janeiro, não serviu de conscientização para os político e população e principalmente as autoridades públicas, pois o legado deixado não é nada estimulante, principalmente no caso do Estádio João Havelange, conhecido como Engenhão, de propriedade da Prefeitura da Cidade, que se tornou um elefante branco no país do futebol.

O Estádio possui capacidade para 46.931 torcedores, teve um custo aproximado aos cofres públicos de R$ 380 milhões, altamente inflacionados ante a previsão inicial de R$ 60 milhões, porém foi arrendado pelo Botafogo, que paga aos cofres públicos aluguel de R$ 36 mil, numa estimativa de 80 (oitenta) anos para que a Prefeitura Carioca recupere o valor investido, porém o referido clube teve lucro de R$ 1,4 bilhão com a utilização do Engenhão, fato retratado na matéria “Botafogo, lucra, e Prefeitura só fica com aluguel do Engenhão”, publicada no Portal Folha.com.

O Estádio João Havelange foi palco dos Jogos Mundiais Militares – Edição 2011, com custo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos para realização de 10 (dez) dias de evento, informação postada no Portal Plano Brasil.

As obras em todos os estádios que serão utilizados na Copa do Mundo estão com cronograma atrasado, forçando a intervenção do poder público e os recursos do erário, sob a alegação de que o país não pode ser exposto de forma vexatória ao mundo.

No caso de São Paulo é um espetáculo de interesses, como diria nosso saudoso Ex-Presidente Luis Inácio “Lula” da Silva, jamais visto nesse país, a definição da escolha do estádio é digna de uma pirotecnia mambembe, quando se preferiu a emoção que a racionalidade, inicialmente o palco seria o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, conhecido como Morumbi, tudo caminhava bem, expansão do Metrô, dos corredores de ônibus, proximidade aos principais hospitais do país.

Contudo, não foi aprovado, pois o São Paulo não aceitou as exigências da FIFA, que encareceram o orçamento inicial das obras, previamente aprovadas, pois as mudanças comprometeriam as receitas do clube, exemplo que deveria ser seguido pelo Poder Público.

Surgiram algumas alternativas, a mirabolante do Piritubão que seria um complexo de instalações para grandes eventos, porém exigiria investimentos estruturais como hospitais, escolas, transporte público, não haveria tempo, então surge a alternativa do Estádio Paulo Machado de Carvalho, conhecido como Pacaembu, de propriedade da Prefeitura, porém foi rejeitado pela sua capacidade de público que não comportaria as exigências para abertura da Copa, mas curiosamente foi palco da Final da Libertadores da América deste ano.

Em silêncio trabalha o Palmeiras na reforma de seu estádio, que provavelmente será uns dos mais modernos do país, bem localizado, com estrutura do Metrô e CPTM, com várias vias de acesso, corredor de ônibus, hospitais e próximo das melhores redes hoteleiras do país, sofre constantes embargos de suas obras, pois não pode ficar pronto antes de 2014 e principalmente não usa recursos públicos.

O receio de toda sociedade paulista quando do anúncio da realização da Copa do Mundo no Brasil se materializou, os sábios decidiram pela construção de mais um estádio na Capital, o local escolhido foi o Corinthians, não é engano, pouco importava o local, mas sim atender interesses eleitorais e financeiros utilizando o time do povão.

A brincadeira inicialmente teria custo de R$ 350 milhões, porém foram anunciadas cifras de R$ 1 bilhão, ou seja, 3 (três) Engenhões bem pagos, o Executivo e a Vereança Municipal que deveriam anunciar investimentos em obras estruturais, como a modernização do Metrô e CPTM, criar corredor de ônibus, duplicar a Radial Leste,  principal via de acesso, criação de novos hospitais para a Região de Itaquera, nos surpreende com a aprovação de incentivos fiscais da ordem de R$ 420 milhões, para uma obra privada, fato que foi abordado na matéria “Copa quase triplica o preço do Itaquerão”, publicada no Portal Folha.com.

Ilogicamente, o clube que não teria condições de bancar as obras do seu próprio estádio anuncia que tem fôlego para investir R$ 88 milhões em um jogador, apesar disto temos que agüentar alguns Camaristas ostentando que fizeram sua parte ao aprovar os míseros incentivos fiscais mencionados.

Não bastasse tantas manobras, surge o puxadinho ou estruturas provisórias para ampliar a capacidade do estádio que sequer foi construído e já receba reforma, com incentivos do Governo do Estado de R$ 50 milhões, porém, ao final da copa, será desativado, ou seja, esse valor para uma partida de futebol.

Ainda surge mais um problema, o terreno destinado a construção do estádio possui dutos de gás da Petrobrás, permanecendo a dúvida se o erário estatal irá arcar com o custo.

Aos meus amigos de Parque São Jorge pode soar como inveja deste tricolor de coração, mas antes de torcedor temos que ser cidadão, embora no país do futebol isso seja quase impossível, poderíamos tentar, por isso acredito que a Arena Corintiana deve ser o Pacaembu.

A Copa do Mundo do Brasil com certeza será mais cara da história, pois segundo a matéria "Copa no Brasil custa mais que as três últimas edições somadas ", publicada no Portal Uol, ou seja, gastamos mais que França, Japão, Coréia e Africa, provavelmente passaremos anos escutando que os recursos para segurança, educação, saúde, transporte, habitação, tecnologia foram empregados de forma equivocada na "Copa" e que não há recursos para investimentos estruturais e nos salários dos profissionais dessas áreas.

Este artigo foi escrito durante minha ida ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em que fiquei uma hora buscando uma vaga e não encontrei, paguei o serviço (?) e fui embora, lembrando que este será o principal aeroporto do país, se não acredita assista a reportagem “Motoristas disputam vaga no aeroporto de Guarulhos”, no Portal Globo.com.

Voltando a Cidade Maravilhosa, somente para o sorteio das eliminatórias foram gastos R$ 30 milhões do erário público carioca e fluminense, qual será o valor final dessa aventura.