No dia 7 de setembro comemoramos o fim do Brasil Colônia, quando em 1822, as margens do Rio Ipiranga, o Imperador Dom Pedro I, promoveu o “grito do Ipiranga”, com a imortal frase “Independência ou Morte!”.
Quando criança esperava ansioso por esta data, nosso Imperador era um herói, que lutando contra a opressão Portuguesa, permitiu que nós brasileiros nos tornássemos livres, reproduzir na escola a cena histórica era fantástica, disputávamos desesperadamente o papel principal, mas ser coadjuvante já era uma grande vitória, o importante era estar lá, com nossos chapéus de papel, cavalos com cabo de madeira e espadas de plástico, era um momento mágico, mas não era tão simples assim, tínhamos que entender a rebeldia épica do filho da Corte Portuguesa em não atender o chamado da Realeza para o retorno imediato à Portugal, quando a platéia aguardava ansiosa pela palavras: “se é para o bem de todos e felicidade geral da nação diga ao povo que FICO!”, a emoção era geral, nossas “tias” (como eram chamadas carinhosamente nossas professoras) e pais se emocionavam, alguns derramavam lágrimas, aguardando o ápice da epopéia quando do “grito” que libertou a nação.
Extraído do Blog "Caixa da Arte" |
Nos anos 90, ingressei na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, quando tive a oportunidade de acompanhar e participar de vários desfiles cívicos em comemoração ao dia da Independência, mas me recordo de forma especial do desfile de 1993, aos 22 anos de idade, GCM recruta, era a primeira vez, manhã fria de outono da Paulicéia com sua garoa fina, marchamos pela Avenida Tiradentes, surgimos com nosso azul marinho sobre os aplausos de um público que ostentava com orgulho suas bandeirinhas de papel, foi maravilhoso.
O tempo foi passando, assistimos o fim do Regime Militar, o surgimento do Movimento Diretas Já!, a construção da Constituição Federal de 1988, o voto aos 16 anos com a saudosa campanha se liga 16 com a trilha sonora do primeiro Rock in Rio, a primeira eleição direta para Presidente da República e seu impeachment, uma mulher nordestina e um negro serem eleitos prefeitos da maior cidade do país, o impossível da estabilidade econômica e políticas sociais aconteceram, o país das chuteiras voltou a vencer, o nordestino se tornou o estadista mais popular da história, hoje a nação que D. Pedro I ajudou a libertar é Presidida por uma mulher, que traz um histórico de luta pela liberdade contra a opressão.
Hoje, vamos esquecer que em muitos momentos parecemos aquela velha colônia, é melhor exaltarmos que o espírito de liberdade vive em nós, por isso “Independência ou Morte!”.