Os atrativos para ingressar na carreira de Guarda Civil Metropolitano na Cidade de São Paulo estão em declínio, para cada nova atribuição não há qualquer incentivo remuneratório, que se faz necessário pela inexistência de política salarial, num processo inflacionário silencioso.
Considerando que em 2004 o salário mínimo era fixado em R$ 260,00 e em 2010 é de R$ 510,00, ou seja, quase dobrando no período de 6 anos, entretanto em 2004 o piso inicial de GCM 3ª Classe fora fixado em R$ 521,78 e em 2010 é de 534,10, não há comparação, mas uma certeza, as perdas são significativas.
Não podemos esquecer que devido a Norma Constitucional positivada em 2005, a contribuição do Regime Geral de Previdência Social do Município de São Paulo fora elevada de 6% para 11%.
Em 2006, o percentual do Regime Especial de Trabalho Policial fora elevado de 50% para 60%, representando aproximadamente 5% de aumento, ou seja, repondo as perdas promovidas pela alteração do fator de contribuição previdenciária.
Numa manobra inteligente promovida pela Lei 13.768/04, que instituiu o novo plano de carreira, ocorreu redução do Regime Especial de Trabalho Policial de 140% para 50%, sendo incorporada a diferença no salário base, tivemos a mudança de R$ 322,78 para R$ 521,78.
Os não optantes pela nova carreira possuem salário base inicial para o cargo de Guarda Civil Metropolitano de R$ 322,78, ou seja, R$ 62,78 superior ao mínimo da época e R$ 187,22 inferior ao atual.
A realidade dos optantes pela nova carreira não é muito melhor, pois são apenas R$ 24,10 superior ao mínimo atual.
A matéria “A cada dois dias, um GCM se desliga do cargo”, publicada no Jornal Agora SP, alerta que algo está errado, indicando dois fatores primordiais que são baixos salários e impossibilidade de ascensão na carreira.
As negociações com o Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos da Cidade de São Paulo – SINDGUARDAS-SP se arrastam a mais de ano, com inúmeros adiamentos do anuncio oficial sobre a valorização salarial da categoria.
A Administração Pública deve reavaliar sua política salarial, caso contrário o número de exonerações a pedido tendem ao crescimento, chegando aos impressionantes 75 desligamentos acumulados no ano.
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Publicado no Blog "Os Municipais" em 25 de maio de 2010.