As avaliações sobre as estatísticas referentes a violência no Brasil causam incompreensão, pois os conceitos apresentados são conflitantes.
A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), estabelece que para cada 18 (dezoito) armas de fogo apreendidas evita-se um homicídio, sendo que no período de 2001 à 2007 foram apreendidas 228.813 armas de fogo no Estado de São Paulo, representando uma queda de aproximadamente 13.000 (treze mil) homicídios, conforme dados apresentados na matéria Restrição a armas poupou 13 mil vidas, publicada no Jornal da Tarde.
Na mesma edição do Jornal da Tarde foi publicada a matéria Homicídios e roubos registraram alta em 2009, referindo-se aos dados apresentados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
No primeiro caso a estatística se refere ao período de 06 (anos), aproximadamente 2190 (dois mil cento e noventa) dias, representando 104 armas apreendidas por dia, ou seja, quase 6 (seis) homicídios evitados.
Porém, como explicar o aumento no número de homicídios registrados no Estado de São Paulo no ano de 2009, talvez por uma redução no número de armas apreendidas ou foram utilizados outros meios para a prática do crime.
Devemos relembrar o filme Tropa de Elite, quando um oficial orienta que corpo na praia é afogamento, no caso de São Paulo que corpo na via pública é encontro de cadáver, sendo que em ambos o fato dos corpos possuírem ferimentos causados por projéteis de arma de fogo é irrelevante.
Atribuir redução de violência a apreensão de armas de fogo é iludir o cidadão, a sensação de insegurança cresce a todo dia, enquanto continuar a ingerência do sistema de segurança pública por aventureiros, técnicos e especialistas a tendência é piorar.
Publicado no Blog "Os Municipais" em 07 de abril de 2010.